O mundo que conhecíamos não existe mais
Em 2020, o mundo entrou em uma grande crise: uma pandemia global, sem data marcada para acabar.
Muitos ainda acham que a vida volta ao normal nos próximos meses ou nos próximos anos. Felizmente, ou infelizmente, para alguns, a vida como conhecíamos até início de 2020 pode deixar saudades.
O que está em curso nesse momento é a aceleração de centenas de tendências ou sinais fracos que há muitos anos eram percebidos por alguns, talvez transforme-se no novo normal.
A aceleração digital nas organizações, os novos modelos de trabalho, as novas formas de organização e criação foram impactadas. Não há mais caminho de volta. O que algumas instituições e até órgãos do governo estão tentando há anos para uma guinada digital, os últimos dias mostraram como será daqui pra frente. Escolas e universidades já estão operando online, com um batalhão de times operando milagres. Hospitais e médicos já entendem o valor, e a necessidade, da telemedicina. O aumento de eficiência em reuniões que antes eram intermináveis, agora tornam-se impraticáveis se forem mantidas como era antes.
Naturalmente irá acontecer a emergência de novas lideranças. Ainda é muito cedo para dizer quem elas serão, mas seguramente irão acontecer. A maioria das lideranças atualmente, seja em cargos de alta direção ou em governos jamais se planejaram para um cenário calamitoso como esse. Isso mostra que a liderança que nos trouxe até aqui não será a mesma que nos levará para uma outra direção.
Algumas lideranças ainda estão inertes e não aceitaram o que está acontecendo. Outras já entenderam e começaram a olhar para dentro de si, de como podem ser melhores líderes em ambientes totalmente diferente do que operamos nas últimas centenas de anos. O estilo de liderança daqui pra frente será como pais e filhos. Os filhos costumam copiar os comportamentos dos dos pais na fase de crescimento. O exemplo arrasta. O estilo de liderança será determinante nesse momento.
A única constante nos próximos anos será a reinvenção. Reinvenção das nossas carreiras, das nossas cooperativas, das nossas relações e até do nosso dia a dia. Ideias utópicas como renda básica universal começam a fazer sentido. Modelos flexíveis de trabalho, irão superar o modelo industrial de 9h às 18h. Num ambiente tão incerto como esse experimentos devem e precisam ser feitos, eles nos ensinam e ensinam aos outros também.
Por sermos seres sociais, nós humanos, já estamos sentido falta da nossa rotina do dia a dia. Isso irá acelerar a aproximação de comunidades, não só físicas como virtuais. Nunca estivemos tão longe mas tão próximos uns aos outros.
Esse é o momento de se conectar com quem está ao seu entorno. A vida global e acelerada, super conectada em aviões, dificilmente irá voltar tão cedo.
O espírito da generosidade irá ditar nossas ações, não é mais sobre mim, sobre meu pedaço ou sobre o que me compete. Mas algo maior pois estamos todos conectados. Juntos e alinhados em prol do coletivo sempre seremos mais fortes.
A generosidade tem acontecido em prédios e bairros onde jovens oferecem a idosos ajuda para comprar algo na farmácia, no supermercado ou qualquer outra necessidade. Antigamente não tínhamos tempo para isso, lembra?!
Em 2019, pelo primeira vez ultrapassamos 50% do planeta conectado à internet. Isso mesmo, ainda falta outra metade. Isso tem nos mostrado somado a essa pandemia o quão realmente somos um só planeta. Uma geração que começa a entender que fazemos parte de um só lugar e que linhas imaginárias que dividem países e regiões deixam de fazer sentido. Que a colaboração é mais forte, rápida e eficiente se trabalharmos juntos.
Talvez as fronteiras estejam fechadas, mas nossa capacidade de interação só aumenta a cada ano. Precisamos unir esse cérebro global não apenas na solução dessa pandemia, mas na construção de um planeta melhor.
Um mundo abundante efetivamente está emergindo, cabe a nós terráqueos que saibamos usar todos os recursos que já nos são disponíveis para solucionar os problemas mais complexos da nossa sociedade.
A palavra de ordem nos últimos anos foi a inovação. A boa notícia é que ela será a mais essencial das habilidades daqui pra frente. Saber facilitar e trazer um ponto de vista alternativo a realidade vivida será crucial para atravessarmos mais esse desafio da humanidade.
É momento de experimentar, de colocar algumas velhas ideias no papel e começar a planejar como encontrar caminhos para executá-las. Como o contexto é outro, sua ideia já mudou.
É momento de unir o coletivo em prol de algo maior, é momento de pensar como impactamos a natureza e nem percebemos. Ela está dando o troco em nós se não cuidarmos dela.
É momento de união e expansão das nossas consciências. Não será mais como salvar seu emprego, seu cargo ou sua cooperativa. É momento de juntos construirmos algo que faça sentido para o coletivo. É a emergência de uma nova cidadania digital. Mais consciente, mais sábia e empoderada de ferramentas para solucionar os desafios mais complexos.