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Diversidade como fator impulsionador de negócios 

Lideranças de grupos com pouca representatividade têm auxiliado organizações a aumentar projeções 

TENDÊNCIAS01/09/20223 minutos de leitura

A fundadora e a diretora-executiva da Olabi, Gabi Augustini e Silvana Bahia, contribuíram para abertura de novas ideias sobre lideranças e diversidade dentro do cooperativismo com a palestra Diversidade é Negócio, apresentada durante a Semana de Competitividade organizada pelo Sistema OCB, entre os dias 22 e 26 de agosto. Silvana iniciou sua fala instigando os participantes com a pergunta: Por que diversidade e inclusão? 

“Muita gente se sensibiliza, mas o fato é que percebemos no mundo afora que as organizações de variados portes e tipos se tornam mais fortes quando o clima organizacional conta com a diversidade em seus quadros. Faço outra indagação: As mulheres são a maioria da nossa população, mas quais posições estão ocupando? Sim, os espaços não espelham a sociedade em que vivemos. Fato é que 85% dos juízes são brancos, mesmo com 56% da população negra”, declarou, reforçando a importância de as organizações romperem o racismo estrutural que cria barreiras para a população negra. 

Outro conceito estrutural presente no universo corporativo identificado por ela é o machismo. “Fica evidente quando não vemos mulheres nestes espaços. E todas as organizações que não têm ações afirmativas vão repetir as opressões sociais ocasionadas pela estrutura social”, alertou Silvana. 

Segundo Gabi Augustini, “a diversidade é um guarda-chuva muito amplo. Tanto os líderes precisam levar em consideração as questões demográficas, como as pessoas precisam se ver refletidas nos produtos e serviços ofertados. O mundo está em constante transformação e inovar é necessário”. Sobre o que tem sido feito em ambientes de negócios, Gabi afirma que o ponto de partida é o diagnóstico interno da organização para entender o que é possível fazer para criar um conjunto de pactos e metas. 

“O diagnóstico auxilia na criação dessas metas, mas outros indicadores podem ser formulados ao longo do processo. As ações de conscientização de gênero, racial e de outros públicos minorizados na história podem surpreender e criar oportunidades de mercado. Fizemos um processo seletivo para área de tecnologia e a vaga foi preenchida por uma pessoa da favela que levantou questões de conectividade com as quais os funcionários não estavam acostumados. Sanamos ali um problema enfrentado por muitos e que não estava no radar dos grandes centros urbanos”, reforçou Gabi. 

Silvana endossou que a criação de comitês e grupos de afinidade atuam como espaços propositivos para pautar uma organização e são fundamentais para passar o conjunto de diretrizes sobre o que precisa ser feito. “Um exemplo é como as vagas são expostas. Há real convite para a pessoa integrar a organização? A intencionalidade é fundamental, pois é um saber-ação para a prática das cooperativas. Precisamos mudar nossa lente para não perdermos oportunidades”, complementou. 

Elas defenderam ainda que o entendimento sobre os contextos culturais serve como chaves importantes neste processo. E, além de canais de denúncia para práticas racistas, machistas ou homofóbicas, sugeriram a criação de políticas de sanções e punições de práticas discriminatórias. 

Olabi - Com oito anos de atuação, o Olabi desenvolve trabalhos nas áreas de inovação social, tecnologia e criatividade. O foco é democratizar as tecnologias por meio de conteúdos e metodologias que se espalham pelo mundo e agregam mudanças positivas na sociedade.

Conteúdo elaborado pela equipe do

Sistema OCB