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Design Sprint: aprenda e coloque em prática

Conheça o processo de design “express”, criado pelo Google, onde um grupo de pessoas se reúne para conceituar, tangibilizar e testar uma ideia.

MÉTODOS E FERRAMENTAS17/11/20206 minutos de leitura

Diante das demandas urgentes de mercado que surgem em ciclos cada vez menores, da agilidade com que os consumidores esperam que elas sejam solucionadas e da corrida interminável entre os players que direta ou indiretamente competem, o Design Sprint é um resultado da iminência de apresentação de respostas por parte das organizações, a fim de que elas se mantenham relevantes e com potencial de crescimento.

Criada pelo Google, a metodologia se diferencia da abordagem Design Thinking, principalmente, pelo dimensionamento do problema a ser resolvido, pois, enquanto o Design Sprint tem a assertividade como essência e precisa de um problema bem delimitado; na abordagem do Design Thinking há espaço para situações maiores, que necessitam de maior aprofundamento e investigação.

Assim, para que você conheça um pouco mais sobre essa forma de trabalho, em que situações ela realmente ajuda e como colocá-la em prática, continue a leitura dos tópicos abaixo.

O que é o Design Sprint?

O Design Sprint é a metodologia ágil para desenvolver e testar com clientes uma solução em curto tempo: cinco dias de tarefas específicas para cada um deles. O objetivo é desenvolver e escolher as melhores ideias para o problema e colocá-las à prova diante do target.

Sobre ele há o livro “Sprint”, de Jake Knape com colaboração de Braden Kowitz e John Zeratsky, em que o amadurecimento desse método na Google Ventures é contado de maneira didática e a partir de exemplos reais para favorecer o entendimento e aplicação.

Por que e quando usar?

O Design Sprint é uma alternativa que otimiza recursos valiosos da cooperativa: tempo, talentos e investimento financeiro, diminuindo o risco, uma vez que o coloca de frente ao potencial consumidor gerando um rico feedback.

A partir dele, ideias que poderiam demorar meses até serem moldadas e testadas são desenvolvidas e diagnosticadas (em suas virtudes e falhas) rapidamente, o que dá a chance de corrigir erros desde o princípio, uma vez que os feedbacks vieram do público final.

Assim também como potencializa a colaboração e as boas ideias e não os que falam melhor ou a ideia mais aceita por todos, o que torna todos os profissionais mais competentes, além de diminuir atritos.

Porém, para que seja realizado com sucesso, é necessário que sejam cumpridos alguns pontos e, ao conhecê-los, perceberá que este é um processo imersivo e realmente intenso, o que impede que seja realizado a todo o tempo com todas as ideias.

Assim, é ideal para projetos que estão travados criativamente, têm prazo curto e alto risco.

Premissas do Design Sprint

O primeiro deles é a questão da agenda que deverá ser trancada. As cinco a sete pessoas envolvidas devem ser “esquecidas”, evitando entre e sai de sala, o que prejudicaria todo o andamento.

Tais profissionais precisam ser diretamente envolvidos com o problema a ser resolvido, buscando sempre a maior diversidade de conhecimento e perfil, ainda que o nível de maturidade precise ter equilíbrio.

A outra questão é o envolvimento da liderança que precisa estar alinhada com o processo, ainda que não presente em 100% do tempo, mas participar de momentos cruciais para que o resultado tenha sequência após o sprint.

Para finalizar, o ambiente precisa contribuir para o processo criativo, sendo neutro para todos os participantes e ter materiais como folhas, post-its e canetas à disposição.

Figuras do Design Sprint

Além do líder da cooperativa que exercerá a mesma posição de sempre (palavra final na tomada de decisões), durante o processo de desenvolvimento do Design Sprint há a atuação de outras duas funções extremamente presentes no desenrolar das atividades: o do facilitador e o do product owner.

O facilitador é o responsável em fazer com que os objetivos das atividades de cada dia sejam cumpridas, ao manter o foco da equipe nos tópicos centrais e ao gerir o tempo, além de ser a pessoa que sintetiza informações e as passa de maneira didática e objetiva.

Já o product owner é a pessoa que providenciará os recursos necessários para o desenvolvimento do protótipo quando ele der sinais do que será, possibilitando o trabalho dos dois últimos dias.

Passos do Design Sprint

Os trabalhos se iniciam com a discussão do problema pelos participantes, a fim de que cada um possa contribuir com a sua expertise e vivência para a interpretação do mesmo.

Aqui talvez seja necessário ir a campo (exatamente, no mesmo dia!) para coletar mais impressões, dados e insights sobre a problemática. A conclusão dessa troca de informações gerará um mapa que norteará as próximas etapas.

O segundo dia é marcante e traz um aspecto importante do Design Sprint. De início, as informações e recorte do problema definido no dia anterior são retomados para realinhar e foca a equipe.

Então, cada membro é estimulado a desenvolver uma solução isoladamente e a expressá-la em um papel de forma de fácil interpretação.

Durante a tarde são distribuídos adesivos de votos para os participantes (provavelmente o líder terá uma maior quantia de adesivos), para que cada um vote nas ideias que mais acharem relevantes.

Aqui fica evidente a necessidade da ideia se destacar, pois ninguém terá um momento de explicação para defendê-la. Assim, ela precisará se justificar por si mesma.

O terceiro dia requer decisão e é o mais importante da semana de trabalho. Com as soluções mais votadas, é preciso escolher quais aspectos de cada uma delas será realmente utilizado, pois apenas um protótipo será criado. Assim, um storyboard do futuro protótipo será a entrega do final do dia.

Dia de colocar a mão na massa, aqui se inicia a materialização da solução idealizada. O foco do trabalho é o desenvolvimento do protótipo (simples e factível o suficiente para que a essência possa ser vivenciada pelos clientes).

Hora da verdade. O quinto dia é o encontro entre a solução e os potenciais clientes. Com entrevistas ou monitoramento, aqui se pretende coletar o que deu certo ou não, o que proporcionará direcionamento claro sobre o que fazer a seguir.

E se agora que você já conheceu um pouco mais do Design Sprint se quiser se aprofundar em formas ágeis de trabalho, faça nosso curso on-line “Mentalidade Ágil”.

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