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Como promover diversidade nas cooperativas

Sabemos que a diversidade é capaz de trazer muitos benefícios às organizações, incluindo cooperativas.

GESTÃO DA INOVAÇÃO30/06/20204 minutos de leitura

E para promovê-la é importante fazer sua gestão. Afinal, não basta apenas contratar pessoas em percentuais de raça, etnia, religião etc. semelhantes aos da sociedade. É preciso promover a diversidade nos diversos escalões e frentes de atuação da cooperativa. Para tanto, há algumas ferramentas para tornar esse processo mais dinâmico.

Algumas delas são a realização de treinamentos, elaboração de programas e apresentação aos colaboradores sobre a maneira como todos devem ser tratados. Por meio de diretrizes nesse sentido, a cooperativa apresenta aos colaboradores, clientes, fornecedores e à sociedade como um todo as diferenças entre os grupos existentes.

A gestão ativa da diversidade implica na intervenção na realidade da cooperativa por meio de ações como esses para tornar o ambiente mais dinâmico. O que se espera, com isso, é favorecer interações, trocas e aprendizados.

Algumas métricas podem ser observadas para medir a diversidade dentro de uma cooperativa. Dentre elas:

Recrutamento: trata-se de comparar o número de candidatos a vagas em abertos que se incluem dentro do grupo monitorado com a representação deles no mercado de trabalho;

Engajamento e satisfação: pesquisas para medir o engajamento e a satisfação dos funcionários permitem diagnosticar o clima atual e criar condições para a inclusão;

Grupos focais: a formação de grupos focais permite coletar informações sobre problemas e desafios enfrentados pelas pessoas dentro das cooperativas;

Retenção: para medir a diversidade é importante comparar a retenção de funcionários de grupos monitorados, não monitorados ou dominantes;

Pagamento e benefícios: compare a remuneração e os benefícios não financeiros concedidos a colaboradores de grupos monitorados com os de grupo não monitorados.

Associados, estes dados têm a capacidade de indicar sobre o viés da diversidade e inclusão dentro das cooperativas.

Além disso, há ferramentas que podem ser utilizadas pelas cooperativas para medir e estimular a diversidade e a inclusão. Dentre elas:

 Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça

 Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis

 CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades)

 Relatórios Dinâmicos - Empoderamento das Mulheres

Recomendações para promover diversidade em cooperativas

Ações internas também podem ser eficientes para a promoção da diversidade e da inclusão. Isso é o que mostra a pesquisa “O valor da diversidade racial nas empresas”. Confira as dicas elencadas pelo estudo:

1)   Crie um comitê ou conselho de diversidade;

2)   Realize treinamentos internos e externos, incluindo fornecedores;

3)   Inicie um diálogo e crie parcerias com entidades do terceiro setor e outras empresas sobre promoção de diversidade;

4)   Busque alinhamento entre ações externas e ações internas na promoção da diversidade;

5)   Mensure o número de minorias no quadro de funcionários;

6)   Estabeleça metas específicas de longo prazo para aumentar a presença dessas minorias na empresa em todos os níveis;

7)   Ofereça incentivos financeiros aos gestores para cumprirem essas metas;

8)   Adote ações afirmativas.

O artigo “Diversidade: inclusão ou estratégia?”, da Harvard Business Review, aconselha ações em dois momentos diferentes, conforme quadro abaixo.

De qualquer maneira, a política de recrutamento é parte fundamental da promoção da diversidade e inclusão em cooperativas. Afinal, diversidade é a mais recente tendência em recrutamento, conforme aponta o estudo Global Recruiting Trends 2018, elaborado pelo LinkedIn.

Nesse sentido, algumas recomendações são:

  • Não limite a escolha de candidatos a faculdades de primeira linha, pois dessa forma pode descartar pessoas que superaram muitas adversidades;
  • Mantenha o compromisso de ter ao menos uma mulher na etapa final de cada processo seletivo;
  • Siga o conceito de seleção às cegas, entregando para o líder currículos que não identifiquem o gênero e a faculdade do candidato, por exemplo;
  • Escolher apenas candidatos que moram perto da empresa pode excluir profissionais capacitados.

O exemplo da Sicredi Pioneira

Divulgação Sicredi Pioneira

A cooperativa financeira mais antiga do País, reconhecida por ser inovadora, nomeou uma mulher para o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração. Heloísa Helena Lopes se tornou a primeira mulher a ocupar tal posição em mais de 100 anos de existência da Sicredi Pioneira.

Ela, que é professora, formada em direito e mestre em gestão e negócios de cooperativas, conduz o Comitê Mulher na cooperativa. A finalidade deste projeto é discutir a liderança da mulher na sociedade, com foco na inclusão e desenvolvimento local.

De acordo com ela, as mulheres, que representam mais da metade da população nacional, são criativas, dedicadas, superam desafios e contribuem de diversas formas. “Um balanceamento harmonioso entre os gêneros em corporações é benéfico, pois agrega potencialidades e gera melhores resultados do ponto de vista econômico e social”, afirma.

E vale ressaltar que o sistema Sicredi também nomeou um Líder de Diversidade e Inclusão, Matheus Felippe, que se dedica ao tema no Centro Administrativo do Sicredi (CAS).

Para saber mais sobre os benefícios da diversidade nos resultados de uma instituição, leia nosso post: Por que diversidade e inclusão são essenciais à inovação?

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